terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Capítulo 13 - Fim (Parte 3)

- Mel?

Parei subitamente de agir feito uma maluca quando detectei meu nome associado a uma voz conhecida. Por um segundo, um calafrio temeroso percorreu o meu ser, afinal de contas, eu parecia estar sozinha na calçada carregando o motivo pelo qual um grupo anônimo de pessoas queria me matar. Logo reconheci aquele tom melódico de voz e pude respirar novamente com tranqüilidade, mas não com muito contentamento.

- Noah.

Um sorriso feliz brotou em sua face pálida. O nariz arredondado curvou-se nesse leve movimento enquanto os cabelos encaracolados pareciam estáticos no ar. O esforço que fazia para esticar o pescoço para que ficasse mais próximo da janela do passageiro fazia com que uma veia ficasse ressaltada. Seus dedos encostaram-se a algum botão e o vidro desceu mais um pouco. Ele, agora, apertara os olhos para me enxergar melhor.

- O que você está fazendo? – Perguntou confuso.

Passei os dedos pela minha franja imaginando se os meus cabelos estariam muito rebeldes por causa do meu ataque de fúria. Meus olhos se fecharam buscando a calmaria enquanto sentei-me novamente no banco do ônibus. Eu não devia explicações a ele.

- Você parece chateada. – Noah insistiu ainda esticando-se para ficar com a cabeça mais próxima da calçada.

- Por que será? – Falei alto para que ele me ouvisse dentro do carro e sorri ironicamente.

- Mel... – Ele fechou os olhos parecendo estar aborrecido. – Eu sei que estive meio ausente, mas eu tenho certeza de que se você me ouvisse...

- Meio? Você sumiu por semanas! – Exaltei-me, mas não pude dizer se ele realmente me ouvira já que a minha voz fora abafada pelo som alto de um trovão. Olhei para cima. O céu não parecia nem um pouco mais amistoso.

- Entra no carro... – Ele pediu. Ainda estava com a voz arrastada e melosa e aqueles olhos de gato do Shrek.

- Eu posso ir de ônibus, obrigada. – Respondi decidida e virei o pescoço na direção da avenida em que os carros estavam vindo.

Uma fileira de automóveis estava, temporariamente, parada em frente a um semáforo cuja luz vermelha estava acesa e somente um carro, de um tom suave de azul metálico, se fazia estacionado em frente ao ponto onde eu estava. Nenhum ônibus parecia estar por perto.

Noah acompanhou o meu movimento frustrado em busca de um ônibus e parecia levemente satisfeito por não haver nenhum fato concreto que confirmasse a minha sentença anterior. Sorriu bondosamente para mim e esticou-se mais um pouco. Logo, a porta do lado do passageiro jazia aberta perto da calçada. O som de mais um trovão inundou o ambiente.

Eu não me senti nem um pouco mais inclinada a entrar naquele carro. Não mesmo. Quero dizer, eu estava chateada sim. E isso não incluía apenas ele, mas um monte de outros fatores. Naquele ponto, eu só queria ir pra casa e abraçar meu travesseiro até o dia terminar.

- Mel... – Noah suplicou mais uma vez. Parecia decidido a lutar pela nossa amizade. Qualquer outra pessoa teria desistido fácil. – Entra no carro. Vamos almoçar e eu prometo explicar tudo a você.

- Hoje não é um dia bom. - Respondi decidida.

- Exatamente. – Sorriu de um jeito que talvez acalmasse uma tempestade. – Mais um motivo para almoçarmos e resolvermos pelo menos um dos seus problemas. Prometo que a levo para casa se você não quiser mais me ouvir.

Pensei um pouco sobre o assunto. Eu não queria conversar com ninguém naquele momento, mas tenho certeza que outra tempestade, talvez maior do que essa que estava por vir, desabaria sobre a minha cabeça assim que eu chegasse em casa e contasse ao Sam o que eu havia feito. E isso inclui dois fatores que ele, certamente, não gostaria nada: ter vindo sozinha aqui de novo e ter beijado sua outra personalidade sem o seu consentimento. Quero dizer, isso conta como adultério?

- Por favor, Mel, depois de tudo o que eu fiz por você... Será que não mereço um almoço? Uma hora, apenas uma hora, da sua atenção? – Noah pareceu ter achado que o meu silêncio fora sobre ele.

Ele tinha um bom argumento. Ele realmente tinha me ajudado bastante quando eu precisei. Talvez eu estivesse exagerando. Talvez ele estivesse realmente doente demais para ligar e dizer o motivo do seu sumiço. Será que eu estava agindo feito uma criança egoísta? E se ele tivesse realmente uma explicação convincente para dar? Eu poderia estar sendo injusta com alguém que eu já considerava um amigo.

- Vai chover... – Piscou enquanto estendia a mão de uma maneira acolhedora.

Resolvi dar-lhe uma chance. Peguei a minha mochila, que estava recostada sobre o banco do ponto de ônibus e entrei pela porta aberta do carro. Quando me sentei, percebi que ainda havia um pedaço de papel embolado por entre os meus dedos. Enfiei-o rapidamente no bolso da minha calça jeans sem que o Noah notasse esse movimento suspeito. Quando fechei a porta, senti que o clima dentro do carro estava bem mais agradável que o clima lá fora.

- Está com frio?

- Não muito. – Sorri agradecida e um pouco tímida.

- Onde quer almoçar? – Ele perguntou sorrindo. Parecia estranhamente contente por eu ter aceitado o convite. Eu não sabia que era tão importante assim para ele. Bom, pelo menos não foi o que ele mostrara quando sumiu de uma hora para a outra.

- Hum... – Pensei no que eu estava com vontade de comer. Só então percebi que eu estava completamente sem fome. – Você escolhe. – Dei de ombros.

- Pelicanu’s? – Sorriu esperançoso.

Dei uma risada divertida. Noah não parecia o tipo de cara que iria ao Pelicanu’s. Ele parecia mais o estilo que escolheria um restaurante pomposo que tocasse música clássica entre um prato chique e outro. Pensando melhor, ele não parecia o tipo que levaria uma garota a um clube de rock ao vivo como ele fizera. Então acho que as pessoas são mais surpreendentes do que imaginamos.

- Você também gosta da surpresinha do lanche? – Dei um sorriso contente.

- Quem não gosta? – Piscou e moveu o carro assim que o sinal verde apareceu.




- Você não parece doente. – Notei melhor quando descemos do carro e um homem vestido com uma fantasia de pelicano dentuço abriu a porta do restaurante para a gente.

O pescoço do Noah parecia normal para alguém que, pelo que Sofia dissera, estava doente demais para ir ao curso. Quero dizer, caxumba deveria ser uma doença bem evidente, não é? Eu não via nada de diferente.

- Sente-se. – Ele pediu seriamente e eu obedeci.

Sentamos em uma mesa que mesclava o amarelo e o laranja em uma combinação divertida que buscava a alegria. Um boneco de pelicano feito de plástico estava preso ao centro da mesa por uma mola firme. Os dentes enormes chamavam a atenção no sorriso do boneco. Todo o restaurante seguia esse mesmo esquema de decoração que parecia ter sido feita por um personagem de desenho animado.

Apesar de geralmente bem freqüentado, o lugar estava relativamente vazio. Talvez por causa da chuva que, até agora, só estava ameaçando cair; talvez por causa do feriado que muitos, provavelmente, resolveram aproveitar para viajar. A cidade em si parecia menos cheia.

- Já decidiu o que quer comer? – Ele perguntou bondosamente.

- Ainda não. – Respondi olhando para os lados e encarando os funcionários que não pareciam nada satisfeitos com a nossa presença ali. A esperança de poder ir embora mais cedo era evidente em seus rostos desconhecidos. – Acho que não estou com muita fome.

Noah encarou os meus olhos com muita atenção. Parecia que estava tentando compreender o que estava se passando comigo, parecia que estava fazendo forças para tentar ler os meus pensamentos. Em vão. Logo percebeu o quanto isso era esquisito e desviou o olhar para o garçom. Eu mirei o chão de azulejos suavemente alaranjados enquanto sentia minhas bochechas corarem. Estava ligeiramente desconcertada.

- Você não me parece muito legal. – Resolveu ser sincero e voltou a me observar, mas não de um jeito profundo e embaraçoso como antes.

- Não estou. – Refleti a sinceridade em mim mesma.

- Quer falar sobre isso? – Perguntou suavemente, quase sussurrando, de um jeito que poderia derreter qualquer gelo que houvesse entre nós.

- Na verdade, não. – Tentei não parecer muito grossa, mas decisiva. Eu já estava cansada de pensar no mesmo assunto e andar em círculos ao redor do meu problema. Sem contar que eu não poderia sair contando para todo mundo o que se passava comigo e, caso resolvesse me abrir com o Noah, eu teria que contar a história desde o princípio já que ele não tinha idéia do que estava acontecendo. E, vamos ser sinceros, se eu relatasse os fatos que me levavam à miséria emocional naquele exato momento, teríamos que ficar para o jantar logo de uma vez.

- Eu entendo. – Ele moveu o próprio corpo e endireitou-se no banco. Passou a mão sobre a nuca de uma forma que os cabelos loiros balançaram levemente.

- E então... – Revirei os olhos tentando pensar em outro assunto. – Vai me contar que nave alienígena raptou você?

Ele riu levemente. Só agora, sob a luz do restaurante, que eu havia notado que ele parecia pálido e cansado demais. Algumas olheiras arroxeadas brotavam de sua pele logo abaixo dos olhos e alguns traços do rosto pareciam fortes demais. Mas definitivamente não havia sinal algum de caxumba.

- Sua irmã ficaria contente. – Sorriu de novo, timidamente. O sorriso parecia evidenciar ainda mais as marcas de cansaço em sua face.

- Não tenho tanta certeza. – Pisquei devolvendo o sorriso. – Ela ficaria desolada por terem escolhido seqüestrar você, ao invés dela.

Ele riu de verdade agora, em alto e bom som.

- Como é bom estar de volta... – Deixou um suspiro saudoso inundar o ar.

- De volta? – Perguntei ao prestar atenção na expressão usada. As pessoas não falam esse tipo de coisa à toa. – Achei que estivesse doente.

Noah suspirou de novo, agora de um jeito que exprimia bastante culpa. Seus olhos castanhos de um tom claro pararam de encarar a mesa amarela e subiram, agora tendo um novo ponto fixo: meu rosto confuso. As mãos grandes e bonitas para os braços relativamente finos e nada atléticos repousaram sobre a cabeleira dourada cujos cachos pareciam sempre estáticos e em perfeita harmonia. Era um rapaz bonito, mas, naquele instante, camuflado por cansaço e outro sentimento que não pude distinguir.

- Eu nunca estive doente. – Confessou mais preocupado com a minha reação do que com qualquer outra coisa.

Meus olhos se estreitaram em um sinal de desconfiança. Eu não gosto de mentiras, aliás, quem gosta? Muitas imagens já estavam se passando pela minha mente, especialmente as quais eu estava ligando para ele sem parar, feito uma idiota, muito preocupada com o seu estado de saúde. Eu esperava, do fundo da minha alma, que ele tivesse uma história muito boa para explicar essa mentira. Do contrário, eu não só ficaria chateada por ter sido ignorada durante semanas enquanto eu estava tentando convidá-lo para o meu aniversário, como também ficaria extremamente irritada por ter sido enganada.

E quer saber? Eu já estava de saco cheio dessa história de ser ludibriada por pessoas que entraram no meu “círculo de confiança”, quero dizer, quão difícil é para uma garota encontrar alguém em quem ela pode acreditar nos dias de hoje? Ainda mais em cidades grandes onde as pessoas parecem se importar mais com dinheiro e ponteiros de um relógio. Meu ponto é: e daí se eu sempre chego atrasada no colégio? Não, não era esse o meu ponto, enfim.

- Não? – Minha voz saiu dos meus lábios com um tom de cobrança que eu tentei esconder, mas que ainda ficou lá. Também não pude evitar que os meus braços se cruzassem de uma maneira ameaçadora.

- Antes de pegar uma faca de sobremesa e enfiar em mim, como eu sei que é a sua vontade agora, me ouça.

- Estou escutando. – Respondi conseguindo esconder ainda menos o tom ameaçador de cobrança.

- Minha mãe tem Alzheimer. – Ele suspirou como se tivesse tirado um peso de seus ombros ao admitir isso. Eu fiquei em choque e, ao mesmo tempo, senti compaixão. Definitivamente não deve ser fácil para algum filho ter uma mãe com essa doença. Pensando nisso, todo o meu ressentimento transformou-se em comiseração e até culpa por ter praguejado tanto contra ele quando ele estava com um problema tão grave.

- Noah, eu... Eu não sei nem o que dizer... Eu não... Faz muito tempo? – Relaxei os ombros em sinal de simpatia e segurei uma de suas mãos que estava sobre a mesa.

- Algum tempo. – Ele olhou pra baixo parecendo bastante tristonho e logo voltou a mirar seus olhos nos meus. – Mas ela só piora. Às vezes tem ataques de agressividade, estresse, não reconhece alguns parentes que moram por perto e pira.

- Eu sinto muito.

- Tive que viajar até a cidade onde ela mora atualmente pra tentar resolver a situação. Ver o que poderíamos fazer por ela, fiquei lá por muitos dias... Não queria mentir, mas também não é algo que eu gostaria de compartilhar com o curso inteiro.

- Não, não... Eu entendo. – Disse apertando a sua mão mais um pouco. Ele não parecia o tipo de cara que iria chorar, mas pude perceber que não era um assunto fácil de ser falado. Tanto pelo fato de ter resumido ao máximo a história, quanto pela sua expressão desolada. – Mas está tudo bem agora?

- Fiz o máximo que pude. Acho que ela vai ficar melhor por um tempo, vamos ver até quando...

- Ei, não fica pensando assim...

Noah começou a encarar o teto quando seus olhos começaram a brilhar, logo fungou brevemente e passou a me olhar novamente. Sua expressão parecia melhor, como se tivesse encerrado esse assunto dentro de sua cabeça.

- Então, o que quer comer?




Comemos tranquilamente e evitando falar de coisas que nos afligiam. Eu não toquei na enorme decepção que eu sentia quando o assunto era o meu pai e ele não falou mais sobre a doença de sua mãe. Não porque tivéssemos uma espécie de acordo ou coisa parecida, mas acredito que a ferida estava muito recente para ser mexida. Talvez fosse mais fácil falar sobre tudo quando o tempo tivesse feito seu papel de curandeiro parcial.

Do meu ovo de pelicano que veio junto com o lanche, saiu uma surpresinha. Era uma espécie de faixa de cabelo que possuía um enorme pelicano pregado em cima do pano. Noah colocou-a sobre os meus cabelos e eu fiquei com um boneco de ave preso na região da minha testa.

- Ficou fofo. – Riu verdadeiramente enquanto eu tirava a faixa da minha cabeça me perguntando se mais algum ser humano havia me visto daquela maneira.

- Relaxa. Ninguém mais viu. – Ele disse como se pudesse ler meus pensamentos.

- Você me viu assim, agora vou ter que te matar. – Brinquei e, por algum motivo, ele riu muito alto da piada. Acho que os meus 160 centímetros não colocam muito medo nas pessoas.

- Sei.

- Queima de arquivo. – Insisti tentando fazer uma cara assustadora, mas ele não pareceu nem um pouquinho intimidado.

- Uhum. – Concordou sorrindo.

Com um gesto leve, mas inusitado. Noah pareceu bem atento ao próprio relógio de pulso. Ficou um bom tempo encarando-o e depois olhou para a janela que levava ao mundo lá fora. Ainda não tinha chovido.

- Algum problema? – Perguntei diante de seu rosto pensativo. – Quantas horas?

- Quase duas...

- Já? – Fiquei surpresa, nem parecia que a gente tinha ficado ali esse tempo todo.

- Sim. – Ele respondeu preocupado.

- O que foi?

- Tenho que entregar uns documentos na universidade. Inscrição pra outro curso...

- E?

- Tenho que fazer isso até as três horas, quando se encerra o período de matrícula. Droga, perdi a hora, não vai dar tempo.

Noah era mesmo muito estudioso. Ele já cursava física na universidade e, ainda assim, fazia todos os cursos que podia. Era tipo a Sofia, quero dizer, ela não faz faculdade ainda porque tem que terminar o colégio, mas está a anos-luz de distância de qualquer outro adolescente de sua idade.

- Onde estão esses papéis?

- Em casa... Eu estava planejando te deixar no apartamento e voltar aqui para pegar e então ir lá. Eu moro aqui perto.

- Ah, por que você não pega na sua casa primeiro e depois me deixa em casa? Fica mais fácil para você, quero dizer, a universidade é perto de onde eu moro. Assim você não precisa ir lá, voltar aqui e ir lá de novo. Eu espero.

- Mesmo? – Ele parecia bem satisfeito com a minha idéia.

- Sim.

- Vou pagar a conta.

- Certo... – Respondi pensando que eu não deveria ter tomado tanto suco de maracujá. – Enquanto isso, vou ao banheiro, okay?

- Tudo bem.

Andei no amplo salão iluminado com lâmpadas amarelas e ligeiramente laranjadas procurando algo que parecesse ser o banheiro. Finalmente encontrei uma porta amarela bem à direita, no fundo do salão onde havia uma imagem de um pelicano dentuço de batom e saia cor-de-rosa pregada na madeira. Uma plaquinha com a palavra “ela” também estava bordada logo abaixo da “pelicana” para aqueles que tivessem dificuldade de entender que um pelicano de saia indicava um banheiro feminino.

Passei a andar nessa direção enquanto olhava que nas paredes ao redor havia vários quadros com várias fotos de várias espécies de pelicanos. Era também um restaurante informativo sobre a natureza, legal. O Pelecanus rufescens ou Pelicano cinzento abria suas asas com pontas pintadas de preto como se fosse o rei do seu habitat. O dorso rosado também exibia uma beleza óbvia quando refletido pela luz do sol perto do lago. Plantas muito verdes também faziam parte dessa imagem encantadora. Achei uma idéia divertida ter tantas fotos de pelicanos no caminho para o banheiro.

Alcancei, finalmente, a porta do pelicano maqueado e me encontrei dentro de outro amplo e iluminado corredor, cuja parede direita estava ocupada por um imenso espelho. Ao fim dele, era possível ver uma porta de madeira de uma cor bem escura. Era definitivamente um caminho bastante longo para chegar ao seu desejado destino, quero dizer, se alguém estivesse muito apertado iria xingar esse restaurante com veemência.

Minha imagem bastante pálida e cansada foi refletida pelo espelho à medida que eu avançava a fim de chegar até a última porta. Digo, espero que seja mesmo a última. Meus pés chegaram à metade do corredor quando a porta que estava à minha frente se abriu. Uma figura alta e bem delineada apareceu por ela. Seus cabelos de um vermelho vivo nem se mexiam no coque bem feito. O salto alto e o jeito charmoso de andar eram definitivamente suas marcas. May arregalou os olhos ligeiramente quando me reconheceu, mas logo sorriu maliciosamente, como se a morte sorrise pra um doente. Não parou de andar, nem diminuiu o passo, logo estava próxima da porta que eu atravessara alguns segundos atrás. Sumira.

Meu coração acelerou-se de tal maneira que eu quase precisei me sentar no chão, ali mesmo, onde eu ainda estava parada. O que ela estava fazendo ali? Digo, com tantos restaurantes na cidade, ela tinha que estar justo nesse? No Pelicanu’s? Esse restaurante nem fazia o estilo elegante que ela passava com todos aqueles modos e roupas sociais. E se ela estiver me seguindo? E se ela for uma das pessoas que quer me matar? Será que eu estou ficando paranóica?

Não tive muito tempo para me permitir acalmar de uma vez, Noah estava me esperando lá de fora e ele estava atrasado com a matrícula do curso. Tinha que ser rápido. Entrei de uma vez no banheiro bem arrumado do restaurante.

Senti meu celular vibrando quando estava saindo, havia recebido uma mensagem. O nome da minha irmã apareceu na tela: “Onde você está? O que está fazendo? Você sabia que era perigoso e sumiu por horas! Foi sequestrada? Está morta? Obs: Caso seja o sequestrador lendo, por favor, passe esta mensagem para a minha irmã. Grata”
Sofia deveria estar preocupada comigo ou com a caixa, mas preferi acreditar na primeira opção. Ela está certa, eu disse que ia lá rápido e demorei bastante, na situação dela eu também pensaria o pior. Resolvi responder antes que ela chamasse a polícia: “Está tudo bem comigo e com você-sabe-o-quê. Estou com o Noah. Vamos só pegar uma coisa na casa dele. Estarei em casa em meia hora”.

Logo depois de sair pela porta do pelicano de saia percebi que o celular vibrou novamente. “Não! Está louca? Pega um táxi e volta agora”. Sofia tinha o dom de ser dramática e Noah já estava me esperando.

- Está pronta?

- Vamos.




O caminho até a casa dele foi realmente curto. Deve ter sido por isso que ele escolheu esse restaurante. Bem perto de onde ele mora. Deve comer ali quase todos os dias. Ou não, com o tempo as pessoas enjoam da mesma comida, eu acho.

Passamos por algumas árvores, um bosque, alguns poucos carros que ainda fugiam da chuva e por vários trovões, até que chegamos a uma avenida estreita onde as casas eram grandes e afastadas umas das outras. Algumas delas pareciam desertas, como se ninguém morasse ali por muito tempo, mas os jardins ainda eram bem cuidados. Não havia ninguém na rua nesse dia nublado. Supus que os moradores que não tinham viajado, estavam se escondendo debaixo de um edredon esperando a tempestade cair. Mas era engraçado de fato, como todas as janelas de todas as casas estavam fielmente fechadas, como se cada um tivesse uma privacidade muito valiosa a esconder. Ou talvez fosse só a chuva.

Noah parou o carro azul metálico na frente de uma casa grande e branca com muros muito altos. Eu não sabia que ele tinha dinheiro desse jeito, quero dizer, ele sempre andara muito bem arrumado e tal, mas a mansão era fantástica. Não era também um palácio, mas era uma casa muito bonita.

A casa tinha um toque retrô e um toque moderno ao mesmo tempo. Um telhado marfim de forma triangular cobria perfeitamente seus dois andares de paredes brancas que continham várias luminárias que estavam acesas pelo dia nublado e que davam um toque aconchegante ao local. Janelas e portas grandes e de vidro liso estavam todas fechadas e cobertas por cortinas, de forma que era impossível ver o interior dos cômodos se alguém estivesse na calçada, como eu estava.

O jardim era grande e bonito quando passamos pelos muros altos que cercavam o lugar em que Noah morava sozinho. Algumas roseiras se encostavam no muro e produziam flores das mais variadas cores e tamanhos. Passamos por um caminho de pedras brancas até chegar na varanda na frente da casa, logo ao lado da garagem, que era bem ampla.

- Não estacionei na garagem porque logo vou levar você pra casa. Espero que não tenha se importado de andar um pouco.

- Imagina...
Ele havia deixado o carro na rua e por isso a garagem enorme estava vazia. Percebi que ela também conectava a frente da casa com os fundos, já que eu conseguia ver uma churrasqueira bem longe, mais plantas e parte de uma piscina bem azul. Noah acendeu mais luzes quando tocou o interruptor perto da porta de entrada, agora toda a área externa estava bem iluminada e bonita demais. Um trovão encheu nossos ouvidos.

- Nem parece que são quase 2:30, né? – Ele puxou assunto quando acendeu as luzes.

- Realmente. – Concordei encarando o céu repleto de nuvens muito baixas e escuras.

Passamos pelas colunas cilíndricas da varanda e entramos pela porta principal de metal branco e caímos na sala ampla e cheia de objetos de decoração de muito bom gosto. Era uma sala de três ambientes que continha uma estante de livros imensa, que era o que mais chamava a atenção à primeira vista. Vários livros com capas coloridas e enciclopédias antigas se postavam na estante enorme de madeira escura que se encaixava num lugar perfeito na sala, como se tivesse sido planejada com a estante ali e, muito provavelmente, foi assim mesmo. Dois sofás brancos com forma bastante retangular se postavam perpendicularmente no centro do local, separados apenas por uma mesinha de centro feita de vidro. Em frente a eles, havia duas poltronas quadradas e brancas de aparência bastante confortável e, ao lado delas, uma espécie de divã de mesma cor.

Em outro ambiente da sala, ainda havia mais dois sofás de cor mais puxada ao bege e poltronas pretas perto da televisão grande. Notei que ele tinha um video game também, acho que isso é universal pros homens. Um grande quadro marrom cheio de objetos não-identificados estava atrás dos sofás e um vaso de formato esquisito estava sobre a mesinha de centro. No teto, um lustre muito moderno que parecia mais uma bola de papel amassada fechava a decoração do lugar e iluminava os móveis ao mesmo tempo.

- Gostou? – Ele perguntou, provavelmente, baseado na minha expressão facial de encanto.

- Muito. – Respondi sorrindo. – Você mora aqui sozinho mesmo?

- Moro. – Ele deu de ombros parecendo não entender muito a minha pergunta.

- Não se sente solitário? Quero dizer... Não acha muito grande? Digo, pra uma pessoa só... – Indaguei um pouco atrapalhada esperando que ele não pensasse que isso foi uma espécie de indireta ou convite, sei lá.

- É alugada... Espero ir mesmo pra algum lugar menor alguma hora.

- Ah. – Sorri novamente agradecendo por ele parecer não ter tomado o que eu disse de maneira errada.

- Pode se sentar! Vou ali pegar o que preciso e já volto.

- Obrigada.

Sentei-me em um dos sofás brancos e comprovei a tese de ser tão confortável como parece aos olhos. Larguei a mochila do meu lado, deixei o meu corpo afundar na espuma e fechei os olhos esperando que eu chegasse logo em casa. Não que eu não gostasse da companhia do Noah, mas acho que eu precisava de um tempo sozinha. Senti o meu coração bater confuso com a imagem da May no restaurante, ao mesmo tempo que o papel, que não pesava nem dez gramas, que eu recebera do meu pai estava começando a fazer pressão no bolso da minha calça. Eu queria tomar um banho, deitar na cama e me trancar para o mundo. Precisava pensar e refletir sobre todas as complicações que eu tinha para tentar achar uma saída porque, naquele momento, tudo parecia um túnel sem a luz no final. Repousei a cabeça no sofá tentando relaxar. Era realmente confortável.

- Dormiu? – Uma voz doce perguntou bem perto de mim.

Eu abri os olhos devagar. A imagem dele estava meio embaçada, mas eu consegui ver o seu sorriso.

- Acho que... – Falei com a cabeça ainda meio tonta e o corpo mole. – Um pouquinho.

- Demorei, né? Eu tinha guardado e depois esqueci onde tinha colocado. – Ele colocou uma caixa de embrulho vermelho e uma fita no meu colo. Eu endireitei o corpo.

- O que é isso? – Perguntei tentando achar um foco na visão.

- Seu presente de aniversário. – Sorriu contente.

- Eu cochilei por muito tempo?

- Nah... Só uns 15 ou 20 minutos que eu demorei pra achar isso. Eu comprei faz um bom tempo. – Ele parecia muito animado com a surpresa. Foi só então que a minha ficha caiu.

- Não tem nenhum curso, né?

- Bom... – Noah revirou os olhos amarelados. – Tem, mas o último dia de inscrição não é hoje... Então tecnicamente...

- Você mentiu de novo. – Meus olhos se estreitaram em sua direção.

- Eu queria que fosse surpresa! Você não iria vir se eu falasse a verdade...

Não mesmo. Eu pediria pra deixar pra outro dia, é claro. E é óbvio que eu estava um pouquinho brava por ele ter feito eu acreditar que estava mesmo prestes a perder o curso lá, mas não posso negar que fiquei feliz com o presente. Eu achei que ele havia se esquecido de mim no meu aniversário. Mas ele não só tinha lembrado, como tinha comprado o presente bem antes da doença de sua mãe.

- Obrigada. – E um sorriso saiu dos meus lábios quando lhe dei um abraço.

- Não vai abrir?

Meus dedos finos tocaram a fita prateada da caixa embrulhada de vermelho que estava no meu colo. Puxei lentamente a ponta da fita para desfazer o grande laço brilhante. Bem devagar, ele se desmanchou em meus dedos quando eu comecei a enfiar os dedos pela fita adesiva que segurava o embrulho. Agindo em grande vagareza, talvez ainda mole pelo breve cochilo, pensamentos foram se formando em minha mente, flashes de memória foram brotando em cores intensas e os meus dedos pararam de se mover. Nunca terminei de desfazer o embrulho.

- Como você sabe do meu aniversário?

- Quê? – Ele pareceu desconcertado e surpreso com a pergunta repentina.

- Eu te liguei mil vezes, mas você não me atendeu. Mandei mensagens, mas em nenhuma delas eu comentei sobre o aniversário. Como você sabia?

Ele tentou parecer sereno, mas os olhos estavam ligeiramente arregalados e surpresos. Sua face se moldou em uma expressão que eu não pude identificar já que ele estava tentando, muito bravamente, não parecer nervoso. Talvez estivesse procurando uma resposta que fizesse sentido.

- Sua irmã me contou.

Isso faria sentido... Se eu não conhecesse a minha irmã. Ele disse que havia comprado o presente há semanas, antes de viajar, por que Sofia comentaria sobre o meu aniversário semanas antes de acontecer? Ela não faz o tipo que puxa papo casual.

- Quando?

- Por que isso importa?

Uma rajada de memória não muito recente iluminou a minha cabeça. Um dia em que Sam, Sofia e eu estávamos tomando sorvete. “Ele deve estar cansado”, eu disse à minha irmã no flash de memória que formou uma cena em minha mente. A Sofia que aparecera no meu devaneio respondeu: “De fazer cálculos errados? De fazer observações patéticas dignas de alunos da pré–escola? De perguntar da Mel o tempo todo? De quê? Me diga!”. Um Sam potencialmente bravo aparecera: “Como é que é?” e Sofia, por sua vez, respondeu: “’Quando a Mel faz aniversário?’, ‘O que a Mel acha de estrelas?’, ‘O que a Mel gosta de estudar?’, quase um maníaco.”

- Você perguntou o meu aniversário pra minha irmã quando nos conhecemos.

- Foi?

As palavras “’Quando a Mel faz aniversário?’, quase um maníaco” ficavam repetindo na minha cabeça. Sofia dissera isso meses atrás, antes de qualquer coisa. Antes de tudo, ele perguntou o meu aniversário para ela, assim que me conheceu. “Quase um maníaco” a voz de Sofie ecoou de novo na minha mente.

- Você nem me conhecia direito, por que queria tanto saber de mim?

- Quê? Mel, meu bem, você está sendo irracional... – Ele levantou as mãos grandes como se eu estivesse maluca ou sei lá. E eu não estava louca ainda! Quero dizer, por que ele queria saber tanto de mim? “’Quando a Mel faz aniversário?’, quase um maníaco” Ela disse de novo na minha mente.

- Por que, Noah?

- Claro que eu conhecia! A gente já tinha se encontrado antes, eu me interessei por você! – Ele disse parecendo muito nervoso e quase tropeçando nas palavras. Segurou uma das minhas mãos que estava em cima da caixa de presente.

- Antes disso a gente só havia se encontrado quando você tomou conta da Sofia pra eu ir naquela festa e naquele dia da maleta!

Quando eu toquei nessa palavra, mais uma vez, memórias começaram a saltar na minha cabeça como dezenas de bolas de gude pulando no assoalho. Ouvi a minha própria voz de novo: “Tudo no meu quarto havia sido revirado, absolutamente tudo (...)alguém havia invadido o apartamento. A fechadura não tinha sido arrombada” eu lembro de ter pensado. “A fechadura não tinha sido arrombada” Minha voz ecoou novamente. Um barulho de campainha tocou dentro do meu cérebro, era um garoto loiro de cabelos encaracolados na porta “Sofia esqueceu a maleta no laboratório. O endereço estava na etiqueta.” E a minha voz voltou a falar comigo mesma “Sofia tirou as chaves da maleta preta e abriu a porta” "A fechadura não foi arrombada".

Os ecos foram voltando “Sofia esqueceu a maleta no laboratório”, “Tirou as chaves da maleta preta” “A fechadura não tinha sido arrombada” “O endereço estava na etiqueta!” Diferentes vozes não paravam de repetir essas frases na minha mente. De repente, tudo fazia sentido. O apartamento tinha sido todo mexido, estavam procurando alguma coisa, não arrombaram a porta, Sofia guardava a sua cópia da chave na maleta, Noah estava com a maleta. “O endereço estava na etiqueta.” A voz dele repetiu pra mim.

- Mel? – Noah perguntou diante do meu silêncio.

Mas ainda tinha algo que não fazia sentido. Alguma coisa estava me incomodando no fundo da minha mente, eu não tinha tempo para responder ao Noah. Precisava entender o que me causava essa sensação de “peça faltando” do quebra-cabeças. De repente, minha voz interrompeu de novo o breve silêncio: “Sofia, achei que você iria pirar por causa do quarto. Não notou nada diferente?” A cena em que estávamos tomando café da manhã voltara em cores nítidas e a voz dela gritara em minha mente: “Não!”. Minha voz inundara a minha consciência mais uma vez: “Todos os cômodos da casa tinham sido revirados com a única exceção do quarto da Sofia.” E de novo: “Todos, menos o quarto da Sofia” “Todos! Todos! Menos o quarto da Sofia!” Eu me escutava repetindo freneticamente, como se estivesse repetindo uma oração “Todos! Menos a Sofia!” “Todos! Todos! Todos!”. E então a voz da Sofia sobressaiu a todas as outras: “Você entrou lá? O detector de espectros que construí ontem no curso não percebeu a sua presença.”

Deixei meu queixo cair levemente enquanto as vozes continuavam a assombrar a minha mente: “Sofia esqueceu a maleta no laboratório” “Tinha as chaves na maleta” “A fechadura não foi arrombada” “O endereço estava na etiqueta!” “Todos foram revirados, exceto o quarto da Sofia!” “Construí um detector de espectros no curso ontem” “Noah é meu colega de curso”. Agora eu tinha certeza. Ele era o único que não era da família e tinha as chaves de casa, revirou nossas coisas, com exceção do quarto da Sofia porque ele sabia do tal detector de espectros. E ainda me lembrei de quando Sofie me deixou um bilhete “Almoçarei no centro de pesquisas com um colega. Também passarei a tarde lá.” E eu estava estudando com a Rebecca quando ela me ligou: “Sinto muito, Sofie, não estou em casa”, eu disse pra ela enquanto eles estavam juntos. Ele tinha a certeza de que o apartamento estaria vazio, ele tinha a maleta com a chave e era o único que sabia do detector de espectros... Como eu não percebi isso antes? "Quase um maníaco!"

- Mel?

- Oi? – Eu respondi saindo da inundação de memórias e caindo na dura realidade. Eu havia sido enganada de novo, mas por algum motivo, dessa vez eu não me sentia tão destruída como quando descobri sobre o Sam. Eu estava mais enraivecida, queria dar-lhe um soco, mas teria que agir com cautela se quisesse sair dali. Tinha sido atraída para a toca do lobo.

28 comentários:

Anônimo disse...

AAAA que bom voce postou *--*
ameiii... espero q nao demore muito pro proximo

Aninha Costa disse...

ahhhhh
Eu sempre desconfiei desse noah....
To curiosa pra saber como continua essa histori...
Bjx floor

Jana disse...

nooooooooooooooooooosssa, isso me surpreendeeu! achei que ele era o bonzinho, fiquei até com dó dele D=

que morra :O

Anônimo disse...

Eu ja sabiaaaaaaaaa ele nunca me enganou hahahahaha

Gostei da parte, um pouco cansativa na leitura mas fundamental para historia.


@CarolWinchester

Bruninha disse...

oi amei o post!
mas vim avisar que tem selinho no meu blog pra vc espero q goste!

Cynaia disse...

amei muuito!!! foi tudo tao bem bolado *____*

Karin disse...

essa história è mto bem planejada mesmo, to chocada, amei!! parabens, flor

Marcia Bittencourt disse...

mas e agora, tá de diaaaaa!!! como o sam vai aparecer?? o____O omg


AMEI
mto bem bolado

carla boyate disse...

esperando o próxiiimo!!

Anônimo disse...

XD

Anamaria Cruz disse...

EU DISSE que ele tava envolvido! HAHAHAHA me sentindo e.

Não demora pra postar o próx., essa parte é super crítica :(

Eloisa Pízzolotto disse...

kkk eu ja sabia q ele era muito estranho rsrsrs

mas assim não termina só nisso não né?

Unknown disse...

Meu deus kd oo final dissoo?? estou fissuradaa por essa históriaaaa! kddddddddddddddddddddd.

. GABRIELA KELLER disse...

cê é boa, cê é muito boa!

Anônimo disse...

Poxa nem um comunicado referente postagem? nada parece que abandona, tudo bm a demora mas pelo menos deveria aparecer mais aqui

Julia disse...

E agora? como o sam vai apareceer? e a sofiaa??

Mary Jay disse...

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhh maaais!!!

Cadê, cadê? tO muito anciosa

Sila disse...

Espero que saia no feriadao!!

Anônimo disse...

6 meses sem nem um comentário nem nada, falta de respeito com os leitores, depois ainda quer publicar um livro.
O mínimo que a autora poderia fazer é aparecer aqui no blog e dizer to sem criatividade/tempo/vontade mas nem isso.
O blog esta simplesmente abandonado.
Me arrependi de ter indicado a historia as minhas amigas não por ser uma historia ruim mas pela falta de respeito da autora com os leitores.

Anônimo disse...

Morreu?

Anônimo disse...

Esta história me prendeu desde a primeira palavra que li...
Não sei oq está acontecendo com a autora
mas acredito que seria de bom tom pelo menos
uma explicação as fãns de pq nao ter tido mais
postagens...
Lihn, vc nos apresentou uma história incrível e surpreendente e nós,leitoras, estamos mais que curiosas para saber o final.
Aparece ai, please!

Anônimo disse...

total e completa falta de respeito!
decepção com a autora.
pensei que desse mais valor a todo mundo aqui!
dessa vez quero só ver qual vai ser a desculpa!
nada justifica n ter vindo aqui e dado uma satisfação! Meus parabéns Lihn, vc ta acabando com isso aqui.

Monique disse...

Poxa sumiu mesmo... nem um comentário ou uma explicaçao para quem acompanha a historia.

Angélica Reimol disse...

Caraca, já estava pensando que você tinha desistido, esquecido de nós :((( Mas fico MUUUUITO feliz e MUUUUITO grata por você ter postado *-* Muito bom mesmo, sempre acompanhei essa ficção... Há mais de um ano.. rs
Irei sentir saudade :(
Mas enfim, espero que você não desista... e continue escrevendo ;) você escreve muito bem! meus parabéns. Beijo e estou ansiosa para o próximo! *-*

Anônimo disse...

As férias tão acabando e nao teve um capitulo... Que triste, passei as ferias todas entrando passando aki na esperança de alguma att e nada. Espero q realmente tenha algo pra gente logo =/

Anônimo disse...

Garota sempre desconfiei desse Noah! e tbm espero que vc volte a postar logo!

Anônimo disse...

NOSSA 8 MESES SEM SINAL DE UM CAPITULO NOVO CREDO O BLOG TA MSM AS TRACAS E A HISTORIA ABANDONADA E UMA PENA Q UMA AUTORA TAO BOA NAO TENHA A MENOR CONSIDERACAO

Gabby Tx disse...

OOOi Lihn demorei um tempão de voltar aqui, precisei reler alguns capitulos, lembrando pq me encantei com seu blog. Eu sei que é dificil escrever um livro ainda mais com a vida agitada, as vezes falta inspiração outras ela até vem, ms o animo p/ escrever é que foge, já fiquei um ano sem escrever... Sò desejo que sua inspiração volte, se for esse o problema, e vc possa terminar essa história intrigante cheia de mistério que nos prende aqui. x.o.x.o.

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